Confessava-me com alguma melancolia que tal como no Amor e na Amizade, uma planta para florescer e crescer ansiava por actos diários de entrega, de demonstração de afeto, interesse e persistência, sob pena de esmorecer até a mais teimosa presença, a qual por certo se rendia à evidência do desequilíbrio.
E com o seu olhar distante e exausto pelas agruras, me declarava, com a voz entalada, que se preparava para se ausentar de uma dimensão que já não era a sua.
Não consegui responder-lhe, mas tão só escutar e sentir com o coração, e conceder-lhe o direito à desolação.
Admito que admirei a sua coragem e não pude deixar de concordar que não vale a pena investir em quem se quer ausente.
Esmy