quarta-feira, 23 de março de 2016

Bruxelas

Hoje, com mais tranquilidade, permito-me repensar no que foi o dia de ontem e todas as emoções que me tomaram de surpresa, sem que pudesse evitar o choque e a sensação de impotência.

Ontem, apesar de me encontrar a uns milhares de km de Bruxelas pude, lamentavelmente, sentir na pele, o sabor amargo de ter entes próximos, prestes a regressar a essa cidade, depois de terem vindo às pressas, por motivos nada agradáveis e tomar conhecimento que acabara de ocorrer um atentado naquela cidade.

O problema estaria resolvido e o alívio seria o maior, não fosse o facto de ter a minha avó de quase 90 anos e o meu primo de 16 anos, enfiados naquela cidade em estado de sítio.

A única preocupação passou a ser a minha avó, que apesar da idade avançada, se encontra perfeitamente lúcida e de boa saúde, mas sozinha em casa e sem sabermos se a mesma teria ligado a televisão e percebido o que se estava a passar, dado termos tido notícias de que o jovem se encontrava bem e retido no colégio.

Felizmente, dias antes, o aparelho que permite aceder ao canal de televisão portuguesa avariara e por esse motivo a minha querida avó não o ligou e portanto não se apercebeu de nada.

Foram momentos de muita ansiedade, mas felizmente existem pessoas fantásticas, a quem podemos chamar de amigos, além de vizinhos, que sabendo da ausência dos meus tios, se dirigiram de imediato à sua casa e fizeram companhia à minha avó, evitando, assim, o pior.

Os meus tios só hoje conseguiram regressar e todos se encontram bem, mas agora, passada a ressaca, só me questiono onde iremos parar... Que mundo é este em que vivemos e para onde caminhamos? Que pessoas são estas, que em nome de uma religião matam pessoas inocentes, sem qualquer problema? Que instituem o medo e estão a consegui-lo? 

Infelizmente, a minha intuição, apressa-se a fazer-me sentir, que ainda agora isto começou e não tem fim à vista...

Esmy

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