segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Humanidade

Lia, um destes dias, algo sobre o facto de haver frio dentro das pessoas e não pude deixar de concordar, ainda que contrariada, que há cada vez menos humanidade, menos entreajuda.

Falta, na verdade,  humanidade nos gestos mais simples e singelos e por mais que tente alcançar e compreender, não consigo aceitar a falta de compaixão pelo outro.

Não quero acreditar que sou a minoria, mas as evidências que me caiem diariamente nas mãos são avassaladoras e preocupantes. A falta de sensibilidade e de tato é de tal ordem que por certo quem sentiu o frio de outrem, se questionou se algum dia aquele coração ardeu de amor e transferiu a sua energia empolgante. Muito provavelmente não...

São cada vez mais os rostos sombrios, apagados e sem vida que se cruzam na minha vida e a quem sempre que posso, esboço um sorriso e ofereço um pouco do meu tempo. Apreendo almas solitárias, com sede de conversas, que se esmoreceram com o tempo, porém, esse maldito tempo continua a correr desenfreadamente e os já idos, bem férteis em diálogos, transformaram-se inevitavelmente em monólogos forçados...

Lamentavelmente esta já não é uma verdade reduzida à velhice, mais propensa à solidão, mas igualmente a outras faixas etárias.

É certo que os tempos são outros, mais acelerados, mas onde vive a bondade?

Esmy 

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