segunda-feira, 1 de agosto de 2016

A perda

Nunca experienciara a perda de um amigo, aliás de alguém que considerava mais do que um mero amigo.

É doloroso, e mesmo quando a decepção é ultrajante, no meu coração nunca houve lugar para o ódio, palavra que abomino, quando muito, alguns momentos de raiva, de sensações contraditórias, mas nunca de sentimentos vis e vingativos. 

Nunca tive inimigos e arrepio-me só de pensar que alguém me sinta dessa forma.


Eventualmente, concluo que nem sempre o faço entender, mas a vida mostrou-me que, se por um lado as novas tecnologias aproximam as pessoas, também as afastam a um segundo de um clique. Não se matam no coração, matam-se virtualmente e pronto, está o assunto resolvido de forma rápida e indolor, excepto para aquele que se apercebe que de certa forma incomoda.

Um dia seria o meu dia e foi, mesmo não querendo comunicação, a história e as memórias não se apagam e recordarei o melhor, mesmo que a tristeza esteja sempre na retaguarda.

O perdão já foi levado a cabo nesta vida e só o tempo ditará a sentença que todos necessitam, nada mais, nada menos do que viver em paz, mesmo sem a presença de alguns que já foram nossos pilares. 


"....O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar. " Miguel Esteves Cardoso

Até um dia na eternidade...

Esmy

Sem comentários: