C. tinha apenas dez anos, com maturidade acima do esperado, menina de olhos doces, de um azul cinza raro, de pele cor da neve, com o rosto pintalgado de sardas e um cabelo fino, mas com brilho a oiro, características que tornavam singular a sua beleza, rara por aquelas bandas, num local recôndito, com vales e montanhas, pejadas de pinheiros e flores silvestres de cores suaves.
J. acabara de regressar de África, para onde fora atirado ainda um infante e regressara do alto dos seus 17 anos, já semi adulto e sujeito às maiores provações. Era altariqueiro, desengonçado, de pele morena e olhos castanhos, expressivos e discretos, mas que não passavam inócuos ao olhar mais perscrutador.
C. não lhes resistiu, mas negou-o com todas as forças, apelidando-o de terrorista e fugindo-lhe desesperada, sempre que com ele se cruzava. Ele observou-a discretamente, desde o primeiro dia que lhe colocou os olhos rapineiros e não mais a perdeu de vista.
J. deleitava-se com o seu cheiro a flores de jasmim, sempre que por ela passava e cerrava os olhos, já cegos de paixão juvenil, enquanto lhe imaginava a suavidade do toque e a aceleração descontrolada do coração, que prometera não evidenciar.
J. deleitava-se com o seu cheiro a flores de jasmim, sempre que por ela passava e cerrava os olhos, já cegos de paixão juvenil, enquanto lhe imaginava a suavidade do toque e a aceleração descontrolada do coração, que prometera não evidenciar.
Desconhecia-lhe a idade pueril, já que a altura acima da média e a sua impertinência o fizeram crer tratar-se de uma menina-mulher, que veio, para sua decepção, a constatar mais tarde, tratar-se de um amor proibido, mesmo no decorrer dos anos setenta.
C., menina persistente, apesar da negação exterior, marcou-o no coração e disse para si mesma, que J. iria ser seu e que demorasse o tempo que fosse necessário, se casaria com ele e faria dele o homem mais feliz à face da terra. Encantara-se por aquele olhar penetrante e misterioso, pela sua discrição e pelo seu jeito desajeitado de ser, que lhe arrebatava, nos seus mais íntimos pensamentos, sorrisos bobos.
C. e J. dariam início à mais bela história de amor passados 4 anos, desde a primeira vez que os seus olhares se cruzaram, ela com 14 e ele com 21. Enamoraram-se, fizeram juras de amor e quando já mais nada havia a fazer, senão unirem os seus caminhos, J. pediu a sua mão, como exigiam os costumes.
A união deu-se num belo e soalheiro dia de verão, em meados de Julho, C. com 17 anos e J. com 24 não tiveram dúvidas sobre o passo que estavam prestes a dar e decorridos que são 35 anos continuam unidos, pais de três filhos, mas acima de tudo companheiros e inspirados pelo amor que os uniu.
São um exemplo, uma fonte de inspiração e de cumplicidade de almas distintas, mas que se complementam nos mais ternos gestos, exibindo os mesmos sorrisos de outrora e que eu tanto aprecio observar.
Que o vosso amor seja sempre repleto de cores resplandecentes e que as nuvens cinza sejam bloqueadas pela vossa energia única, meus queridos tios.
Esmy
Almas protegidas por um céu estrelado!
ResponderEliminarVerdade, sem dúvida que são! Beijinhos
EliminarQue bonitas palavras Esmy. Assim haveriam de ser todas as histórias de amor, para sempre :) Boa noite
ResponderEliminarPois deveriam... Obrigada. Beijinhos
EliminarQue linda história de amor :)
ResponderEliminarÉ linda mesmo e eu acompanho-a desde sempre :)
EliminarÓ coisinha, diz-me lá uma coisa... Tu és escritora e dás umas baldazitas de vez em quando aqui para o blog ou estás simplesmente a passar ao lado de uma carreira na literatura fulgurante que o teu talento para a escrita assim construiria? É que estou mesmo aqui na dúvida!
ResponderEliminarCoisinha?! Isso é lá forma de tratar uma menina e depois disfarçar com um elogio destes ;) Estás enganado, sou uma simples mortal que gosta de escrever e tão só.
ResponderEliminarahahahah, só o Lápis com um saída destas AHAHAHAHAHAHAH
EliminarPodes crer, já não sei que lhe diga, eheheh
EliminarPois, é uma no cravo e outra na ferradura para não ficares mal acostumada :P
EliminarBlá blá blá... tereteteu, pardais ao ninho! Sou uma simples mortal e mais não sei quê. Foca nisto: és grande, ó tu que tu auto-defines como menina :P
E tu, Pink, diz-lhe lá que estou a mentir. Ela é brilhante a contar histórias ou não é? E depois vem para aqui dizer que é mortalzinha e gosta de escrever umas coisitas... Bah! Lixe-se, menina, lixe-se! :P
EliminarBem, nem sei o que dizer :) Deixaste-me sem palavras. Obrigada!
EliminarO Lápis foi recomendado , tal como tu, no meu blog e não foi à toa, ele tem um lado divertido fantástico mas este "coisinha" sabemos que não foi uma falta de respeito (soltei uma gargalhada de primeira , nem imaginas) e por isso gosto dele. Deve ser um tipo muito culto e inteligente que usa um apurado sentido de humor para criticar a sociedade tal e qual Gil Vicente.
EliminarEla é brilhante, no seu registo, como uma amiga doce, amorosa e uma excelente profissional.
EliminarEm querendo candidatar-se, eu recebo as candidaturas...
Não sabias o que dizer... Como se as palavras te atrapalhassem... Ai, esta rapariga, esta rapariga :P
EliminarPink: Não digas a ninguém quantas Mont Blanc tive de te oferecer para fazeres aquela recomendação, hã? :P E claro que o "coisinha! não foi com sentido pejorativo. Foi só naquela de embirrar com ela. Gil Vicente, querida Pink? Que lisonja! Estragas-me com mimos, tu. E a conta bancária também :P
Sim, ela é brilhante no seu registo e punha-se a escrever qualquer coisa que lhe propuséssemos. Olha, Esmy, escreve aí a história do João Ratão em finlandês, se faz favor. Ela consegue, Pink. Queres apostar? :P Agora a sério, a rapariga pode ser uma excelente profissional noutra área, mas se sse dedicasse à escrita não seria menos que excelente. Isto é muito bom!
Hã, Esmy? Já viste como entramos por aqui fora e falamos de ti como se não estivesses a ver? :P
Bom, arranjei uma parelha de fãs:) Escrever a história do João Ratão em Finlandês?! Ahahah, essa matou-me. Vou estudar com muito carinho a tua proposta, embora me pareça que vá demorar algum tempo :) Primeiro, terei de aprender finlandês:P
EliminarSim amiga, tu és muito boa no que fazes e escreves bem mas eu pensava que ele , O lápis gostava do que eu escrevia. Quando entrares no meu blog, tens afia à tua espera. CIÚMES!
EliminarMedo :) Tu para mim continuas a ser única e acho que o lápis também gosta do que escreves! Oh pá, vinga-te nele, não em mim, eheheh
EliminarAmores inesperados?
ResponderEliminarSou o melhor exemplo.
Vir encontrar a companheira para a vida a milhares de quilómetros do local onde nasci e vivi nunca me passou pela cabeça.
Faz 19 anos no dia 25 de Outubro e há duas filhas a alegrar essa união.
Sou totalmente fã de Cinematic Orchestra.
Beijinhos, bfds
Ena, adoro essas histórias! Um dia tens de a contar :) Um excelente fds para toda a família. Beijinhos
ResponderEliminarQue história mais bonita, e que começou tão cedo! =)
ResponderEliminarBeijinhos
É por ter começado tão cedo que tem aquele encanto tão singular! Beijinhos
EliminarLeva lá os teus 12 anos para aprenderes finlandês, mas não te esqueças :P Antes uma parelha de fãs que uma parelha de coices ou uma parelha de... vá, não digo palavras feias aqui que isto é um sítio distinto :P
EliminarPinkzinha, é evidente que te adoro e que escreves maravilhosamente! (Esta parte revela o medo que eu tenho de uma moça que sabe krav magah :P) A minha opinião sobre o que escreves continua a ser válida, mas o meu carinho pelas autoras não se esgota numa só. Estamos bem assim? Se não estivermos, engalfinhem-se à porrada uma com a outra, mas deixem-me fora disso :P
Ahahah, 12 anos?! E quanto à parelha estamos conversados :P Eu e a Pink à porrada, no way :)
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