sábado, 17 de setembro de 2016

Mistérios




Hoje passeaste pelas minhas memórias, que embrenharam as minhas leituras e as transformaram em meras palavras. 

Pedi-te, com gentileza, que saísses, mas já dominaras o meu consciente e nada podia fazer, senão conversar com a tua amargura, que não era mais minha.

A serenidade que me preenchia não se compadecia com cores pálidas, mas apenas com a candura de um rosto, que um dia fora o motivo de muitos sorrisos.

Não podia negar o desapego, a ausência, mas a tua voz martelava desesperada, como um apelo que me comoveu. 

Afaguei com delicadeza o teu rosto distorcido pela dor e escutei-te em silêncio, enquanto despejavas gritos silenciados e lágrimas contidas. 

E assim fiquei até te desvaneceres num horizonte, que já não alcançava...

Esmy 






14 comentários:

  1. Para o bem e para o mal, "não há machado que corte a raiz ao pensamento". :/

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  2. Há memórias que não se perdem... :)

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    1. É para isso que elas existem e provam que estamos vivos!

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  3. Não saiu com gentileza, pois não? Há alturas da vida em que só um cabo de vassoura pelo lombo abaixo resolve o problema, mesmo que ele já não se apresente como algo fisicamente palpável, mas sim como algo que só a tua memória mantém vivo.

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    1. Espero que o cabo da vassoura não seja para mim, credo!

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    2. Claro que não era para ti. Para ti é uma cana-da-índia :P
      Estava a referir-me ao problema. Quando não sai a bem, sai a mal. Ou seja, quando as memórias não se dissipam por si mesmas, temos que as forçar a isso. Tu percebeste, anda lá! :P

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    3. Claro que percebi ;) Cana da Índia?! hummm

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  4. Um lindo texto a acompanhar o sublima Rodrigo Leão.
    Beijinhos, boa semana

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  5. Obrigada, Pedro! Uma boa semana para ti. Beijinhos

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  6. Há memórias que ficam sempre, mas a presença constante vai-se desvanecendo...
    Beijinhos

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