quarta-feira, 29 de junho de 2016

Mar adentro

Caminhei sem rumo certo, completamente alheada do mundo, das cores vibrantes do verão, dos ruídos e do perfume delicado das flores. Não via, por quem por mim passava e sorria, aliás o meu corpo não estava ali, todos os meus cinco sentidos se tinham ausentado e caminhava sonâmbula, como se o trajeto estivesse gravado no meu cérebro.

Nada, nem ninguém me fazia sair do estado de transe, em que me encontrava, e isto porque, outra alternativa não me restava, sob pena das dores dilacerantes do meu corpo e da minha alma se voltassem a revelar e não me dessem descanso.

Queri-as esmagar, estrangula-las com toda a energia que ainda contivesse dentro do meu ser, até que acordei, por fim, sentada na areia de uma qualquer praia, completamente encharcada pela revigorante água do mar. 

Levantei-me e entrei mar adentro para não mais voltar, enquanto o meu corpo se ressentia com a força das ondas, e eu me deixava levar pela profundidade e me transformava, como num sonho, numa sereia de cores brilhantes.

Sentia-me finalmente livre do inferno terreste, em forma desenhada de suposto humano, que me engolira a confiança, a verdade, a honestidade, a pureza, o amor, a delicadeza e acima de tudo a esperança. 

Esmy 

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Infância

Sinto saudades da minha infância, dos dias coloridos, em que as únicas preocupações eram as cópias, a letra redonda e aprender a tabuada de forma exemplar, para de seguida sair porta fora e esfolar os joelhos e as pernas até à exaustão, provas que ainda hoje guardo no corpo.

Guardo com nostalgia as férias de Verão, na casa dos avós, onde o perigo não existia, e se podiam gualguar montes e subir árvores, tal e qual as aventuras da Enid Blyton, que todos nós devorávamos, como se não houvesse amanhã.

Eram semanas de reencontros, através dos quais uma pequena aldeia triplicava os seus habitantes, conjuntamente com os preparativos para a festa popular anual, na qual todos participavam com entusiasmo e afinco.

Arrebitada, que já era nessa época, sonhava ser adulta e poder fazer tudo o que me era vedado. Mal eu sabia, que estava a viver a melhor fase da minha existência e que o futuro, de forma amarga, me iria demonstrar essa verdade irrefutável.


Hoje, e apenas por uns dias queria regressar a esses tempos remotos e assim acalmar a alma de uma mulher adulta, que não se quer perder, mas que não encontra, por enquanto, o caminho de regresso à paz que tanto lutara para alcançar, mas que se desvaneceu como um um castelo de cartas.

Esmy 

Thruth









O homem de palavra fácil e personalidade agradável raras vezes é homem de bem."
Confúcio

domingo, 26 de junho de 2016

Estudar o esquecimento

Devia estudar o esquecimento.

Sentia a necessidade de me libertar do desejo. Não devia querer nada.
Não devia sentir afetos. Acima de tudo, nada de atracões.
Devia renunciar a toda a esperança, planos, felizes expectativas.
Devia estudar o esquecimento. Devia dar cama e mesa ao silêncio
e pagar propinas ao vazio. Mesmo a mais ténue luzinha de desejo
devia ser apagada. Todos os fios deviam ser arrancados
até que todos os mecanismos deixassem de funcionar
e todos os ponteiros apontassem para zero.

"Edmund White - A vida privada de um rapaz"


Neste momento apenas quero esquecer, que mesmo com 44 anos ainda me engano e pior deixei-me enganar. Sorte a minha que a minha intuição acabou por me acordar a tempo. Eu acredito em Deus e que de uma certa forma nós temos uma função neste mundo, quanto mais não seja ajudar quem nunca imaginámos. Sinto-me grata quanto a essa parte,  quando ao resto, quero apagar definitivamente das minhas memórias e começar do zero e esperar que a minha passagem venha a servir no futuro para que alguém tenha aprendido, que a culpa não é dos outros e que a alma caridosa que tem nas mãos não o queira esquecer e tenha a merecida felicidade e tudo a que tem direito.

Esmy 

sexta-feira, 24 de junho de 2016

Momentos

Há momentos em que o melhor é silenciar
Abrir um sorriso e esbanjar alegria,
E acreditar que amanhã,
O sol voltará em toda a sua plenitude,
E deixar que a brisa do vento
nos mostre caminhos de luz,
Onde a Paz, o silêncio, a consciência tranquila,
A ausência de pressa e de pouca lucidez
Sejam apenas os irmãos generosos
Deste momento de introspecção


Esmy

Maria Bethânia e Chico Buarque


Maldade

Passam-me pelo imaginário personagens com várias tonalidades, algumas dispo-as, sem qualquer tipo de problema e em poucos segundos de absorta introspecção, retiro-lhes as medidas, sem que se dêem conta.

Outras, intrigaram-me profundamente, admirando-as em silêncio, pelo facto de conseguirem efeitos perversos sobre pobres inocentes, que apesar da inteligência que lhes é inata, não conseguem admitir a pura maldade que lhes corre nas veias.

Independentemente do desequilíbrio de que possam padecer, aliás, todos nós sofremos um pouco dele ao longo da nossa existência, já a maldade é intrínseca, nasce com a pessoa. Não acredito que as pessoas se tornem más, assim de repente, é algo a montante, que poderá apenas despolotar a jusante, face a diversas circunstâncias, que acordam a verdadeira essência daquele ser.

É, na verdade, um defeito que me assusta, que me transcende, que me ultrapassa, o simples prazer de fazer mal, porque sim, mas pior, fazê-lo por não obterem  o resultado que pretendiam.

Infelizmente, já me cruzei e continuo a cruzar com almas desta natureza e a única coisa que peço é que não me dirijam a palavra, assim como não lhes ocupe, por qualquer motivo, os seus pensamentos.

Passem os anos que passem, será sempre para mim uma transcendência, a maldade humana. 

Esmy 








quinta-feira, 23 de junho de 2016

Porto de abrigo

Sou o teu porto de abrigo nos dias de tempestade,
Defender-te-ei até à exaustão,
porque neste lar residem a honestidade, amizade, amor incondicional,
porque neste lar não há lugar para segredos não guardados,  tudo o que é dito
é religiosamente escutado e a palavra de ordem
escrita na porta é CONFIANÇA,
nunca te esqueças que estarei sempre presente,
mesmo quando não me puderes observar,
Sou o teu porto, nunca te esqueças...
mesmo que te queiram derrubar!

Esmy


quarta-feira, 22 de junho de 2016

Um dia...

Um dia vais olhar para trás e perceber
Que uma alma pura se desvaneceu
Perante a crueza do teu olhar
Que a amizade e carinho que
a ti dedicou foi sincera,
Que as brumas dos teus dias
Foram partilhadas sem reclamações,
Um dia vais perceber que as plantas
do teu quintal foram regadas, semeadas
E delicadamente cuidadas,
Um dia vais perceber...
E já cá não estarei,
Restando, tão só, o retrato amarelado
De uma recordação...

Esmy

terça-feira, 21 de junho de 2016

Presunção e água benta...

Há pessoas que se consideram o centro do universo e o último pedaço do momento, como se o universo fosse uma realidade só sua e os outros que cá andam fossem os imberbes e imbecis do momento.

Presunção e água benta, cada qual toma a que quer, e este mundo está encharcado de seres que tratam os outros por diminutivos, só para se sentirem superiores, não enxergando o ridículo a que se sujeitam.

Estou farta de semi deuses, de donos da verdade e da razão e confesso que me divirto interiormente ao lhes sentir a kilómetros o cheiro a podre e maledicência. 

São uns infelizes que mais não fazem senão tolher a vida aos outros e ainda do alto da sua soberba se dispõem a interpretar o papel de falsas vítimas, com lágrimas de crocodilo.

Atacam deliberadamente quem ouse entrar no seu pseudo território, que não passa de uma ilusão, mas cegos que estão de vaidade, não entendem, que até os bens de que são proprietários, um dia poderão perder e mesmo que assim não aconteça, não os levarão para a cova.

Somos seres passageiros, e apenas donos das nossas vontades, já que o futuro a Deus pertence e ninguém poderá prevê-lo.

Sejamos capazes de enxergar a realidade e aceitar que existem pessoas que não pretendem passar por cima de ninguém, que se dirigem aos outros com cordialidade e educação, mesmo que isso implique não simpatizar particularmente com aquela pessoa.

É tudo uma questão de educação, escolha e acima de tudo honestidade consigo mesmo.

Posso não ser muito grande, em altura, mas tomaram muitos chegar-me aos pés, até porque o meu nome já é grande o suficiente e não precisa de acrescentos.

Esmy 



segunda-feira, 20 de junho de 2016

Se perguntarem por mim

Se perguntarem por mim,
Não se preocupem que eu fui por aí,
Sem rumo, nem destino certo,
Escusam de enviar recados, pelo pombo do correio,
Que já conheço de cor e salteado,
Não se preocupem, que eu sei defender-me
O caminho a mim pertence
E cada um tem direito a caminhá-lo,
Da melhor forma que pode,
Sou grande, sou mulher, sou genuína
A personagem principal na história, sou eu
Que é minha e que eu decido como conduzir,
Deixem-me que eu voltarei...


Esmy


domingo, 19 de junho de 2016

...



A palavra desistência sempre me causou algum desconforto. Fui educada por uma mãe lutadora , que desde cedo me incutiu disciplina, ambição e independência, não obstante ter vivido sob o seu olhar perscrutador.

Não nasci para agradar os outros, mostro-me sem medos, por ser essencial à minha sanidade mental e por não conseguir lidar com a dissimulação, que me repugna. 

Sou lutadora, mas por vezes a força interior esvazia-se e o mundo parece desabar-me perante os meus pés cansados e a minha alma pede descanso urgente.

Paro, peço-me tempo, mas não desarmo, mesmo sabendo que o futuro é incerto e não depende só de mim e acima de tudo não desisto dos meus sonhos, matando a tentação do abismo.

Embrulho-me no meu escudo e aguardo dias mais cintilantes e reluzentes, enquanto não me permito desabar, nem não me amar acima de tudo.

Esmy 






sexta-feira, 17 de junho de 2016

Ela sabia...

Ela sabia que nada poderia fazer para lhe recuperar o músculo, que apenas batia por ser essa a sua principal função naquele momento.

Os dias passavam-lhe como um mar revolto, em constante frenesim perante os seus olhos desatentos e ofuscados e cujo brilho, que lhes era característico morrera há uns tempos atrás, sem direito a uma despedida à altura.

Adormecera em si a tentação de sair daquela inércia, que já se empregnara na sua alma e ela própria começava a padecer da sua dor, sem se dar conta. Sentia-a como sua e sofria com os seus diálogos silenciosos, que mais queriam dizer, não estou aqui, mas algures em memórias passadas.

Ela, perdida, abria-lhe o coração e a mente na esperança de o trazer à razão e ofertava-lhe algum do seu tempo, a amizade nos mais singelos gestos e cobria-o de alento, enquanto ia ela própria perdendo os dias e as horas, sem retorno.

Ela nada podia fazer, a não ser estar presente e consciente de que nada dependia de si, mas de escutar os silêncios e respeitá-los, mesmo que para tal implicasse, sentir-se abandonada num barco com dois remos...

Esmy 


quinta-feira, 16 de junho de 2016

Hoje não estou...

Hoje estou aqui, mas na verdade não estou... Estou exausta e imagino-me distante desta dimensão, desta realidade. 

Dou piruetas perfeitas, como uma bailarina experiente, no palco montado e ornamentado para a ocasião, até ficar com o meu cérebro aturdido pela tortura que lhe imponho.

Aqueles que me observam não entendem a perfeição e o esforço investido naquela performance e levantam-se sem qualquer pudor, nem clemência.

Outros vão subsistindo, fixando o olhar e esforçando-se por perscrutar a minha alienação, que os ultrapassa.

Resto eu, absorta e totalmente indiferente ao que se passa, degustando os odores que inalo, sem pressas e aguardando que chegues para me libertares e segurares pelos braços, garantindo-me a segurança e proteção que anseio. 


Esmy 



domingo, 12 de junho de 2016

Remember Paradise




























Completa-se, hoje, um ano que encetei a minha aventura por terras africanas e eternizadas, por Miguel Sousa Tavares, no seu romance, "Equador".

As expectativas eram altas, a excitação e o fascínio pela natureza acompanhavam-me, desde o primeiro momento no qual, eu e uma amiga decidimos escolher este destino para empreendermos uma visita completa, onde o tudo, ou nada, eram as palavras de ordem. Pouco tempo depois seguiram-nos um casal, que muito prezo e que igualmente bebiam da mesma sede de descoberta.

Chegamos de madrugada a um País pobre, mas de um beleza singular e de um calor humano que só por quem lá passou poderá atestar.

Vivi na sua total plenitude a paz que almejava e necessitava com urgência naquele momento e dei-me conta de um povo sorridente e acolhedor, que, apesar das circunstâncias e falta de recursos, imanavam sorrisos que preenchiam profundamente e de forma singular o nosso ser.

Posso afirmar que já fiz algumas viagens por esse mundo fora, mas esta tocou-me particularmente, pelas mais diversas razões e ainda hoje agradeço esta experiência, que estou certa, não me depararei tão cedo.

Não esquecerei o céu estrelado mais puro que vivenciei em toda a minha existência, o som do mar a bater na areia, enquanto me embrenhava nos lençóis e da Paz e plenitude que senti e que tanto procurava.

Ali fui feliz e sem saber...


Esmy






sexta-feira, 10 de junho de 2016

I won't complain



"...I dream, I smile, I walk, I cry
I dream, I smile, I walk, I cry

You might not say that its a wonderful world
and its a wonderful life 
and its a wonderful day
Just as yesterday

But I Wont Complain
No I Wont Complain
Though my good days are far gone
They will surely come back one morn
So I Wont Complain, no, no...

Quando...



Quando

Quando o meu corpo apodrecer e eu for morta 
Continuará o jardim, o céu e o mar, 
E como hoje igualmente hão-de bailar 
As quatro estações à minha porta. 

Outros em Abril passarão no pomar 
Em que eu tantas vezes passei, 
Haverá longos poentes sobre o mar, 
Outros amarão as coisas que eu amei. 

Será o mesmo brilho, a mesma festa, 
Será o mesmo jardim à minha porta, 
E os cabelos doirados da floresta, 
Como se eu não estivesse morta. 

Sophia de Mello Breyner Andresen, in 'Dia do Mar' 


A vida nem sempre é justa e diariamente somos confrontados e testados, sem que muitas das vezes, alcancemos a razão de tantas provações. 

Crescemos no ventre de uma mãe, que nos aqueceu e protegeu durante meses e um dia brotamos para o mundo louco que não esperávamos encontrar e gritamos em desespero para sobreviver e aí começamos a nossa jornada e aprendemos a viver o tempo que Deus nos destinou, cada um com o seu próprio percurso e destino.

O intervalo, esse, cada um constrói individualmente e consciencializamos-nos que podemos e devemos marcar a nossa presença, pois o nosso corpo não residirá eternamente neste mundo terrestre.

Por essa razão, aqueles que ficam, quando um ser que amamos incondicionalmente parte para outra dimensão, terão sempre o caminho e o seu percurso inspirado, por aquele espírito de luz que partiu, mesmo que precocemente.

Dedico estas palavras, a si, Fernanda, que sei que vai encontrar coragem, luz, perseverança e acima de tudo muito Amor, porque o seu menino estará sempre presente na sua vida.

Esmy


terça-feira, 7 de junho de 2016

The sound of silence




Sem dúvida, o melhor cover de uma música intemporal e que eu adoro! Sublime...
A música chegou-me há dias através de uma querida amiga, a Joana, a quem muito agradeço pela partilha e faz parte da banda sonora da série "The Leftovers", mas a cena é de uma curta metragem "The Silence" com Cristiana Dell’Anna. 

Esmy 

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Realidades paralelas

Às vezes sinto-me impotente face às circunstâncias, que me conduzem para leituras, que me embrenham o espírito e a mente e que, de forma tão intuitiva, consigo imaginar os personagens daquelas histórias reproduzidas com paixão e sublimemente expostas.

Não vivi aquelas realidades mais ocultas, mas sinto a capacidade inata de as decompor e escancarar dentro da minha mente.

A cada um de nós é ofertado um dom e o meu certamente passa pela desconstruçao de meias-palavras, meias verdades, mas não a capacidade de as exprimir de forma tão exemplar.

Admiro quem tem essa aptidão  e a coragem de a expor, sem falsos pudores.

Admito, igualmente, que me sinto uma formiga perante uma dor tão definida e prolongada, que se arrasta pelos anos fora e que sinceramente me soa a patológica, mas que não me compete assinalar.

Esmy 








domingo, 5 de junho de 2016

Abstração

Hoje visto-me com cores que brilham, tal como a minha alma e saio porta fora, sem destino, ou caminho definido. 

Deixo-me levar pela brisa que acarinha o meu rosto delineado e maquiado com cores discretas e inspiro deliciada os aromas que me levam para outra dimensão, cerrando os olhos para vivenciar em pleno aquele momento mágico, que se traduz em sorrisos estonteantes e adornados, por sensações perfeitas de puro prazer. 

Desejo do fundo do meu ser a cristalização daquele momento e abstraio-me de tudo o que gira em meu redor. Expiro apenas o que não desejo e propositadamente ensurdeço e cubro-me de silêncios intercalados, com a minha mente fogosa em total agitação e trinco delicadamente os meus lábios, enquanto os meus cílios se ressentem com a luz excessiva do sol radioso que se mostrou.

Escuto, inebriada, os sons da poluição sonora, dos gritos pueris e das vozes daqueles que passam, sem darem por mim e apenas por momentos e inevitavelmente me desconcentro.

Não me interessam as suas conversas, os seus trajetos e possíveis problemas, mas tão só, o prazer de me deixar levar por aquele momento tão meu, tão íntimo e dificilmente traduzível em palavras.

Regresso ao meu estado inicial e sento-me no primeiro banco que encontro, abrindo as asas e pousando os meus pertences, de forma a evitar companhias indesejáveis. 

Coloco os meus óculos de sol e observo absorta a paisagem que me enfrenta e que eu amo profundamente e deixo-me ficar ali, sem hora marcada de regresso, e ali me retenho com o coração alimentado e tranquilo e a alma recarregada de energias positivas.


Esmy 




Je veux




C'est ça...

Mistério

És um mistério por desvendar, e questiono-me se alguém, algures no tempo, te leu no mais ínfimo pormenor, ou se algum dia serás desbravado. 

Aí reside o teu íman, a devoção que nutrem sem pudor por ti e que, mal ou bem, te define aparentemente.

Não és aquilo que aparentas, és muito mais do que um simples olhar, sorriso, texto escrito.

Causas-me sensações contraditórias, tal como a experiência de há uns anos atrás, em que me vi literalmente mergulhada em alto mar e a suplicar para fugir dali, com a circulação sanguínea anormalmente arrítmica, mas de igual modo a sensação de desejar desvendar tudo o que se passava naquela imensidão de mar aberto. E assim acontece com a necessidade de esmifrar a tua mente brilhante, mesmo que a arrítmia esteja presente.

Sou curiosa, mas não indiscreta, aprecio mistérios, quem me ajuda a crescer, quem me motiva, mas não deixo de ser um frasco de vidro delicado, que apesar de forte com os outros, se desfaz num abrir e fechar de olhos.

Escutar-te-ei sempre, de preferência, com sorrisos intercalados. 


Esmy 


sexta-feira, 3 de junho de 2016

Vens comigo?



Viver é a maior benção que podemos receber. A cada dia que despertamos, ganhamos e perdemos mais um deles. 

É um paradoxo, é certo, mas podemos encarar cada um desses dias, como uma nova oportunidade para sermos e tornarmos os outros mais felizes e seres melhores do que ontem.

O que não podemos é rendemo-nos perante as dificuldades, que se atravessam no caminho e nos preenchem os pensamentos, mas sim vestir o melhor sorriso que possuímos e iluminarmos o dia de alguém que nos quer bem e que só necessita da nossa luz e do nosso abraço.

Eu vou deixar-me levar pelos sonhos, pelas auras que iluminam o meu caminho, pelo cheiro a maresia, pelo aroma das frutas e flores silvestres, mesmo que o dia seja lúgubre, porque simplesmente não vou abrir as portas à soturnidade.

Já estou a caminho, acompanhas-me? 


Esmy