Sentia a necessidade de me libertar do desejo. Não devia querer nada.
Não devia sentir afetos. Acima de tudo, nada de atracões.
Devia renunciar a toda a esperança, planos, felizes expectativas.
Devia estudar o esquecimento. Devia dar cama e mesa ao silêncio
e pagar propinas ao vazio. Mesmo a mais ténue luzinha de desejo
devia ser apagada. Todos os fios deviam ser arrancados
até que todos os mecanismos deixassem de funcionar
e todos os ponteiros apontassem para zero.
"Edmund White - A vida privada de um rapaz"
Neste momento apenas quero esquecer, que mesmo com 44 anos ainda me engano e pior deixei-me enganar. Sorte a minha que a minha intuição acabou por me acordar a tempo. Eu acredito em Deus e que de uma certa forma nós temos uma função neste mundo, quanto mais não seja ajudar quem nunca imaginámos. Sinto-me grata quanto a essa parte, quando ao resto, quero apagar definitivamente das minhas memórias e começar do zero e esperar que a minha passagem venha a servir no futuro para que alguém tenha aprendido, que a culpa não é dos outros e que a alma caridosa que tem nas mãos não o queira esquecer e tenha a merecida felicidade e tudo a que tem direito.
Esmy
As memórias fazem com que nós cresçamos, são muito importantes!
ResponderEliminarBeijinhos
http://chicana.blogs.sapo.pt/
Ana, certamente que sim, mas há memórias que eu prefiro apagar. E é destas a que me refiro. Beijinhos
EliminarO intervalo para enganos é entre os 10 e 90 anos ... Desligar fios? Desligas o telemóvel e nem isso porque o mundo precisa de ti.
ResponderEliminarVivendo e aprendendo! Obrigada pelo carinho e visita. Beijinho Pink
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